O Tuv Azarganuud, equipe mongol da primeira divisão, chamou atenção mundial devido ao seu desempenho inusitado na temporada 2024/25. Em apenas nove jogos, o time sofreu incríveis 111 gols e marcou apenas dois, encerrando o primeiro turno sem pontuação. Essa campanha surpreendente gerou paralelos com o conhecido Íbis, clube brasileiro apelidado de 'pior time do mundo'.
Fundado em 2018, o Tuv Azarganuud ascendeu rapidamente para a elite do futebol mongol e permaneceu competitivo até o momento atual. Entretanto, seu desempenho aquém das expectativas e a escassez de resultados têm frustrado os fãs e despertado interesse além-fronteiras. Agora, a equipe se vê diante do desafio de dar a volta por cima, evitando a queda de divisão, ao mesmo tempo que busca preservar sua relevância no cenário nacional.
A liga de futebol mongol é majoritariamente amadora, refletindo obstáculos tanto organizacionais quanto estruturais. Desde que se filiou à FIFA, em 1998, o país não logrou avanços expressivos no futebol, quer em termos de seleções nacionais, quer em relação aos clubes.
As condições climáticas severas representam um dos principais desafios para o esporte local. Com variações de temperatura de 42°C no verão a -10°C no inverno, as competições são paralisadas entre novembro e março. A capital, Ulan Bator, é o lar da maioria dos clubes e apresenta médias anuais de temperatura abaixo de zero, o que dificulta a evolução consistente do futebol.
Nas redes sociais, torcedores e internautas têm estabelecido paralelos entre o Tuv Azarganuud e o Íbis, este último famoso no Brasil pelos 55 jogos consecutivos sem vencer. Enquanto o Íbis soube transformar sua fama negativa em um elemento de marketing e identidade clubística, o Tuv Azarganuud enfrenta desafios para lidar com sua campanha peculiar.
No momento, o Íbis compete em divisões inferiores do futebol pernambucano, buscando reestruturar seu time e mantendo o bom humor como sua marca registrada. Por outro lado, o Tuv Azarganuud ainda busca meios para superar a crise e aprimorar seu rendimento em campo.
Para além das limitações estruturais, o futebol na Mongólia enfrenta adversidades decorrentes do clima extremo. A interrupção dos campeonatos durante o inverno rigoroso afeta o ritmo das competições e a preparação física dos atletas, resultando em desempenhos oscilantes.
Esses elementos complicam o avanço do esporte no país, restringindo o desenvolvimento dos clubes como o Tuv Azarganuud. A irregularidade competitiva figura como um obstáculo significativo para que o futebol mongol alcance patamares mais elevados.
Apesar das comparações, as trajetórias do Tuv Azarganuud e do Íbis são distintas. Enquanto a equipe pernambucana soube converter sua fama em uma identidade cultural, o Tuv Azarganuud ainda busca consolidar-se no cenário nacional.
Em que pese o rótulo de 'pior time do mundo', este pode ser simultaneamente um fardo e uma oportunidade inesperada: visibilidade. Diante desse destaque, o Tuv Azarganuud se depara com a chance de reformular sua abordagem, angariar a simpatia dos torcedores e, quem sabe, transformar sua narrativa no futuro.
